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Polícias de vários estados registram aumento de clonagens e fraudes nas placas mercosul

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Polícias de vários estados registram aumento de clonagens e fraudes nas placas mercosul

Recentemente, agentes da Polícia Rodoviária Federal flagraram um motorista transportando placas sem documentação no km 233 da Via Dutra. O veículo foi abordado durante uma fiscalização e, na revista, foram encontradas 33 placas veiculares padrão Mercosul sem números (caracteres) e sem nota fiscal. O motorista afirmou que o veículo era de uma locadora e estava apenas dando carona através de um aplicativo; também alegou que as placas seriam de amostras, sem QR Code, mas algumas possuíam o referido código e sem a inscrição de amostra.

Esse é um de muitos outros casos de apreensão de matéria-prima para a produção de placas veiculares que vem acontecendo no Brasil e têm sido registrados pela polícia em abordagens polícias.

Delegacias de repreensão de crime de roubo de veículos têm realizado dezenas de operações em diferentes estados do Brasil, com a apreensão de matéria-prima e maquinários de produção de placas veiculares em fábricas clandestinas.

Em muitos casos, são roubados material de fábrica legalizadas para abastecer a produção do mercado ilegal.

Nessas operações, o que se pode constatar é que a fabricação acontece por desvios de placas de empresas legalmente constituídas.

“O material adquirido é legal, próprio para confecções das placas, porém desviado para a confecção de placas clonadas. Existe a possibilidade de desvios das chapas, que são utilizadas para fabricação de placas veiculares, sendo necessário um controle rígido do Detran. Me parece que a solução é investir em tecnologia para que todos os processos possam ser auditados”, afirma o delegado Gustavo Garcia, titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA) no estado de Mato Grosso.

Ele diz ainda que esse esquema contribui para o crescente caso de veículos clonados registrados pela polícia em operações. “São apreendidos, somente na nossa unidade, 2.000 mil veículos por ano, sendo que 90% foram recuperados com placas adulteradas, muitos na região de fronteira entre Brasil e Bolívia. Os criminosos burlam as fiscalizações dos agentes administrativos e confeccionam placas adulteradas”.

Outros casos similares têm sido registrados pelas delegacias de diferentes estados. Recentemente, em Ceilândia (DF), a Polícia Militar flagrou uma quitinete que servia como um laboratório de clonagem de placas. No local foram apreendidas placas, drogas e munições.

O Rio Grande do Sul é outro estado que registra um número alto de apreensões e operações em fábricas irregulares de placas. Na última delas, a Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes de Roubo de Veículos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DRV/DEIC), com o apoio de agentes de Santa Catarina, realizou a operação que prendeu o principal receptador de veículos de luxo roubados na região.

Um relatório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) aponta que a placa do Mercosul, adotada na identificação de veículos no Brasil, pode ser clonada. O estudo foi encomendado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Placas Veiculares (Anfapv).

Segundo o laudo realizado, basta uma câmera de celular com boa resolução, um aplicativo de tratamento de fotos e uma impressora para que o QR Code funcional de uma placa legítima seja reproduzido. Dessa forma, o item de segurança criado para dificultar fraudes pode acabar sendo usado para clonagem de veículos.

Para fazer a leitura do QR Code das placas, a pessoa precisa usar o aplicativo Vio, desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e disponível para Android e para iOS. A ferramenta é gratuita e qualquer pessoa pode fazer o download.

A conclusão do estudo realizado pelo IPT é de que a impressão do QR Code através de uma cópia digital, com a aplicação de filtros simples, “possibilita a respectiva leitura através do aplicativo Vio, do Serpro”. Uma cópia digital do QR Code funcional de uma placa legítima reproduzido em uma chapa “fria” (que não tem cadastro no Departamento Estadual de Trânsito – Detran) permite a clonagem do par de placas a ser instalado em um veículo com características idênticas às do original.

Esse tipo de fraude poderia ser constatado comparando o chassi presente no QR Code com o existente no próprio veículo, gravado em lugares como dentro da cabine, no lado do passageiro, na lateral metálica próxima ao banco. O número do chassi também pode ser encontrado no motor do carro e no próprio documento.

Se a checagem não for realizada, a clonagem pode passar despercebida, podendo gerar problemas como multas de trânsito para a pessoa errada. Além do chassi, o QR Code das placas Mercosul dá acesso a informações como modelo e marca, UF de jurisdição, ano de fabricação, cor do veículo, situação da placa (ativa ou não ativa), responsável pela estampagem e dados atuais do veículo.

A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) afirma que “garante a segurança do QR Code” e diz que o relatório técnico do IPT “está em análise para que ajustes possam ser feitos”. Já o Serpro enviou posicionamento semelhante, acrescentando que “em uma fiscalização, o agente de trânsito, utilizando o aplicativo, será capaz de identificar que se trata de um veículo não registrado, comprovando a ocorrência de fraude”.

Fontes: UOL Carros e Olhar Digital.

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