Motoristas e motociclistas alcoolizados, sem habilitação ou com a CNH suspensa, cassada ou bloqueada, ou seja, condutores irregulares, foram mais da metade dos motoristas mortos em ruas e estradas do Rio Grande do Sul, entre 2018 e 2020. Um estudo do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) aponta que, dos 2.043 motoristas mortos no período, 52% apresentavam alguma irregularidade.
Entre as principais, dirigir sob efeito de álcool, estar sem habilitação ou com a CNH suspensa, cassada ou bloqueada. A alcoolemia (dirigir sob efeito de álcool), segundo o diretor do Detran-RS, é a preponderante em 35% desses casos.
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No período, foram registrados 2.017 acidentes com 6.009 vítimas. Entre elas, os 2.043 condutores de carros, caminhões, motocicletas e outros veículos automotores. Destes, 1.066 (52,2%) tinham pelo menos uma das situações elencadas como irregulares (CNH suspensa, cassada ou sem CNH), contra 977 (47,8%) considerados em situação regular.
As grandes diferenças estão no gênero e faixa etária. O índice de mulheres irregulares entre as condutoras mortas no trânsito é bastante inferior ao de homens. Das 133 condutoras vítimas de acidente, 51 (38,3%) apresentavam alguma irregularidade. Entre os 1.910 motoristas que morreram em acidentes, 1.015 (53,1%) estavam irregulares.
A faixa etária que mais preocupa são os jovens: 73% dos condutores de até 20 anos que morreram no período estavam irregulares – com a CNH suspensa, cassada ou sem habilitação. Com relação ao local, dia e hora dos acidentes que mais registraram condutores irregulares mortos, destacam-se as noites e madrugadas dos finais de semana nas vias municipais, onde são registrados os maiores índices de dirigir sob efeito de álcool.
Embora o recorte da pesquisa contemple o período inicial da pandemia, de menor circulação, os números são ainda mais graves em 2022. De acordo com o Detran-RS, houve um crescimento em torno de 30% dos acidentes com vítimas no primeiro trimestre.
O levantamento considerou acidentes em rodovias estaduais e federais e vias municipais. Entre os tipos de acidente, preponderaram as colisões, ainda que também tenham sido registrados choques com objetos fixos, tombamento, capotagem, atropelamento, entre outros.
Os dados foram cruzados com informações do Consultas Integradas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), cadastro de condutores e sistema de penalidades do RS, além da base de resultados dos testes de alcoolemia nos exames de necropsia do Instituto-Geral de Perícias (IGP).